ICMBio promove no dia do Cerrado 11 de setembro o Cinedebate com a exibição do filme Ser Tão Velho Cerrado no CAT às 17:30 hs.

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Ser Tão Velho Cerrado

Denúncia e contemplação por Bárbara Demerov

 
Mais do que promover a reflexão, o cinema também tem como missão propiciar a mobilização social ao abordar temas pertinentes, trazendo para o centro da roda uma discussão necessária e que merece muita atenção. 
É neste contexto que se encaixa Ser Tão Velho Cerrado, documentário de André D'Elia que entrega uma aproximação acentuada do desmatamento no Brasil e nas inúmeras consequências da destruição da natureza, movidas e permitidas pelas leis do novo Código Florestal.

Corajoso e sobretudo com teor informativo, o documentário apresenta muito bem a ambientação do cerrado e daqueles que ali vivem. Contando ainda com as participações dos atores Juliano Cazarré e Valéria Pontes, que ajudam a enfatizar e elucidar as informações, fica muito clara a intenção do diretor de dar o máximo de informações ao espectador. Tal escolha proporciona uma imersão muito interessante àqueles ambientes e ainda por cima consegue evitar a estagnação por conta da montagem bem conduzida.

De forma crescente, Ser Tão Velho Cerrado concede cada vez mais fatos ligados ao governo, ao agronegócio, à população prejudicada e aos agricultores que se esforçam para ajudar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, produzem alimentos com qualidade e aptidão. Ao fim do documentário, a vasta gama de notícias, esclarecimentos e depoimentos dão uma base incontestável. Mais do que um filme denúncia, este é um filme de resistência.

'O filme tem que trazer provocação para a comunidade e o poder público. Afinal de contas, precisamos do Cerrado para viver. O que está em jogo é o direito de as pessoas viverem tranquilas, terem energia, água, comerem bem', diz o diretor paulistano André D'Elia, de 31 anos. 'Não somos ambientalistas, mas humanistas', continua. O diretor  realiza um estilo de cinema documental, independente que aborda temas sociais e ambientais buscando desencadear ações e mudanças.

Autor de outros dois documentários com temática ambiental, A Lei da Água (O Novo Código Florestal - 2015) e Belo Monte, Anúncio de uma Guerra (2012), D'Elia foi chamado para retratar o bioma do Centro-Oeste pela Fundação Mais Cerrado, organização que articula politicamente pela criação de uma lei de proteção e coproduziu o filme.

Ao longo dos três anos de realização do documentário, o Cerrado sofreu com desmatamentos e sobretudo com o grande incêndio de 2017, que destruiu 65 mil hectares (ou 25%) do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Ainda existe a suspeita de motivação criminosa.

 

Dia do Cerrado é celebrado anualmente em 11 de setembro. Neste ano o Instituto Chico Mendes em Chapada dos Guimarães, propõe uma intervenção diferente. A fim de promover o diálogo com a sociedade local promove o ';Cinedebate'; na exibição do filme documentário Ser Tão Velho Cerrado  que retrata  a realidade da sociedade do entorno do Parque Nacional  da Chapada dos Veadeiros, GO.


Sinopse 

 40 milhões de anos em um filme. Este documentário é uma grande campanha em defesa do Cerrado que sofre com desmatamentos recordes levando um ecossistema inteiro à extinção. Preocupados, alguns moradores da Chapada dos Veadeiros decidem se unir para defender a natureza. A elaboração de um plano de manejo os desafia a conciliar interesses aparentemente incompatíveis, abrindo um diálogo necessário entre a comunidade científica, agricultores familiares, grandes proprietários de terra e defensores do meio ambiente.

Trilha Sonora e participações
'Ser Tão Velho Cerrado' conta com trilha sonora original composta por Felipe Gomide e Pedro Lobo, e integrantes da banda Xaxado Novo. Músicas de Ivan Vilela, um dos grande nomes da viola caipira no País, também estão no documentário que ainda conta com Índia Mãe da Lua, Bruno Duarte e Ricardo Barros e da dupla americana Ley Line. 

Apoio da Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Chapada dos Guimarães.