Lançamento do Livro 'Memórias Kilombolas' de Amélia Alves e 'Paixão da Alma' de Bruno Rodrigues.

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E vem livro novo! 
"Ao longo das páginas que compõem o livro, ganham espaço os mais diferentes sujeitos e processos históricos. Sobas (chefes africanos), administradores portugueses, a política de alianças, conflitos travados em torno da produção de cativos, a demografia do comércio escravo durante o século XVIII e a elevada mortalidade cativa dentro dos navios negreiros são alguns exemplos. Vale também realçar a minuciosa reunião de mapas e dados sobre povos oriundos da África Central-Ocidental, fundamental para entender quem eram os africanos escravizados enviados ao outro lado do Atlântico.

 


Amélia Alves

Entre as tantas passagens que merecem destaque no livro de Amélia Alves Crivelente, chamamos atenção para a reflexão em torno das diferenças entre os 'Kilombos' e 'Quilombos'. Enquanto os primeiros eram sociedades iniciáticas comumente formadas entre os povos Ovimbundu e Imbangalas, cuja principal intenção era treinar guerreiros, os segundos, no Novo Mundo, foram agrupamentos formados por cativos fugidos. Embora a autora reconheça a fragilidade da tese de que os aquilombados nas Américas tivessem a intenção de fundar uma 'nova África', por outro lado fornece numerosos indícios para pensarmos como os conhecimentos que traziam do continente africano foram fundamentais para organização dos quilombos. De fato, vale muito a pena conferir o que Amélia Alves tem a dizer sobre o Quilombo dos Palmares e o Quariterê, à luz da História da África.
Ademais, esta obra reveste-se de numerosos méritos. Destinada a um público geral, especialmente a profissionais que trabalham na Educação, tem o êxito de traduzir para uma linguagem mais simplificada (e não menos brilhante) quase tudo que se sabe sobre a escravidão transatlântica, dando grande espaço para o ponto de vista daqueles que foram escravizados. 
Em um momento de debates acalorados sobre as questões raciais e heranças da escravidão na sociedade brasileira, o livro de Amélia é uma grande contribuição a todos os profissionais que militam em torno da importância da Lei 10.639/2003, mas, principalmente, pela construção de uma sociedade justa, com uma base educacional menos eurocêntrica e mais humanizada."
Por Bruno Pinheiro Rodrigues - Doutor em História/Professor da Univ. Federal de Mato Grosso

 

Pré FLIC: 05 de maio as 19 hs na Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães:

Lançamento dos livros: "Memórias Kilombolas" - Os Kilombos angolanos nos Quilombos do Brasil e Mato Grosso de Amélia Alves e

"Paixão da Alma" - O suicídio de cativos em Cuiabá na segunda metade do século XIX. De Bruno Rodrigues.