O mundo mágico de Liudmila Diaz completa oito anos.

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Vinícius Lemos 

 

 

 

Há oito anos, a artista Liudmila Diaz, 33, percorre o Estado e regiões vizinhas com sua arte para crianças e adultos. Junto com a filha, de oito anos, e um amigo, ela integra a Companhia Pé de Pano, que leva um mundo encantado para regiões que dificilmente recebem eventos artísticos.

 

A companhia, segundo a artista, tem o objetivo de levar arte e educação por meio de diversas abordagens, como teatro de lambe-lambe, leitura, narração de histórias, bonecos e diversas oficinas dentro do mundo das artes.

A Pé de Pano nasceu em Chapada dos Guimarães, em 2011. Desde então, já se apresentou em cidades mato-grossenses como Cuiabá, Nova Mutum, Primavera do Leste, Poconé, Cáceres e Rondonópolis. Ela também já foi para municípios de outros estados, como Alta Floresta do Oeste (RO) e Assis (SP).

Liudmila trabalha como artista há 12 anos e havia atuado em outras companhias de teatro. Em busca de um grupo próprio para trabalhar com arte e educação, criou a Pé de Pano. "Hoje, eu e minha filha somos unidas pelo amor ao teatro de rua, à cultura popular brasileira e aos bonecos", diz.

A companhia apresenta sua arte por meio de temas educativos, principalmente com assuntos culturais relacionados ao Brasil e a Mato Grosso.

'Acredito que uma educação de qualidade deva estar baseada na realidade e no contexto das pessoas, por isso a transmissão e valorização da cultura é de extrema importância', afirma a artista.

 

'O nosso principal

objetivo é trabalhar arte

e educação de forma

itinerante pesquisando

as  diversas culturas

populares do Brasil.' 

Liudmila Diaz

 

Entre seus materiais de trabalho há duas caixas de teatro de animação lambe-lambe, nas quais conta as histórias de um garoto que vive situação de extrema vulnerabilidade social e a de um artista amado e odiado nas ruas. Para ela, tais personagens são formas de conscientizar as crianças sobre o mundo.

A companhia possui outras atrações, como o espetáculo "Contos da Nossa Terra", que traz narrações de histórias de Mato Grosso e as leituras de histórias infantis para ensinar o gosto pela literatura. Um dos destaques do grupo é a boneca Carmem, definida pela artista como "uma cigana marcada pelo desgaste de sua vida itinerante e pelo preconceito".

'Carmem, interage com o público barganhando histórias, trazendo questionamentos reflexivos sobre as diversas formas de viver a vida e aguçando as percepções do público com cheiros e sabores das especiarias que carrega consigo', explica Liudmila.

Além de mãe e filha, a Pé de Pano também conta com a presença do artista Lucas Ciol, que é psicólogo no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Chapada dos Guimarães e há um ano faz o teatro de lambe-lambe da companhia e realiza oficinas voltadas sobre arte circense.

Liudimila também trabalha no Cras de Chapada. Ela concilia a carreira de artista com a função de facilitadora de expressão corporal. Já a pequena Lis se divide entre a vida de estudante e a de artista. 'A minha filha nasceu dentro do teatro de bonecos. Desde sempre acompanha a companhia brincando os bonecos, participando das cenas e fazendo parte dos processos criativos', diz a fundadora da companhia.

Os integrantes da Pé de Pano não se consideram atores. "Tampouco almejamos palcos. Somos brincantes da rua, estamos nas feiras, nas praças, nas escolas e nas comunidades rurais. Investimos em formações e vivências que compreendam esse universo", conta a artista.

Cia. Pé de Pano com Liudimila Diaz e Micheli Sierra em uma escola indígena apresentando Teatro de Bonecos.

 

Cia. Pé de Pano no palco com Lis, Liu e Micheli.